O PASSEIO DOS VERMES
O passeio dos vermes
O defunto não é assim tão feio
Disse um verme para o outro
Olhando insatisfeito e de permeio
Embora não saiba de onde veio
Vamos devorar este corpo cheio.
Começaram pelo cérebro
Era uma massa clarinha
Aparentemente bem gostosinha
Mas logo na primeira mordidinha
Escpararam em uma corridinha
Que gosto esquisito!
Nunca senti sabor tão nojento!
Só pode ser o resto do pensamento
Neste defunto virou logo excremento!
Quem sabe ali no coração
Possamos acabar com nossa aflição
E tirar de uma vez um grande NACÃO
Pobres pálidos e desiludidos VERMES
Não encontraram sequer uma fibra
O tecido que encobriria o coração
Estava duro como uma pedra
Um deles gritou: Nem cérebro, nem coração,
E agora ficamos sem opção
Onde vamos atacar
E nossa fome saciar??????
Os vermes percorreram todo o defunto
Para os pequeninos seres
Era como dar a volta ao mundo
Quase desistindo, o defunto resistindo
Os vermes puseram-se a pensar:
Talvez a mudança de lugar
Estamos acostumados a devorar
Defuntos em túmulos lacrados
Em inúmeros cemitérios
Este tem seu grande mistério.
Vermes insatisfeitos Famintos, descontes
Vermes curiosos, furiosos, famintos
Queriam saber quem foi o famoso
Corpo cheio, cérebro longe de ser gostoso
Mas parece que tivera muitos eleitos.
Quanto tempo faz? Dessa aventura dos vermes
O tempo esqueceu em espessura
Este defunto veio de longe
Em seu tempo teve em fartura
Muito orgulho, vitórias e poder
Aos pobres transformou em vermes
No tempo que de sua usura
Os deixou quase mortos de tanto sofrer
Sob seu domínio e o poder de seu ser
Os vermes o deixaram esquecido
Em seu esquife como que adormecido
Num museu qualquer
Para quem hoje o acha entristecido
Não sabem como o povo ficou sofrido
Hoje não restou nem formosura
Naquelas mãos unidas pela usura
Nem os vermes podem saborear seus restos
Os pobres vermes o consideram defunto funesto.