Sou Tão Feio…
Diz-me o espelho das sombras
Quando olho para ele
Sou tão feio
Mas quem não o é
Quando em vez de pensar com a cabeça
Pensa com os pés…?
Sou tão feio…
Não tenho o hábito de me cuidar
Deixo a barba por fazer
E o cabelo crescer
Pois só costumo
Olhar
E reparar
Para a minha alma
Para a minha espiritualidade
Sem que o exterior…
Palavras ao vento
Que não ficarão marcadas para a eternidade…
E sou tão feio
Mesmo quando me arranjo
Para no mundo melhor me integrar
Não serei mesmo assim
Mas esta é forma
Com que me costumo observar
E ligo pouco
Ao que as pessoas possam pensar
Consegui uma paz
De muitas vidas
E não a vou desperdiçar
Sendo perfeitamente subjectivo
O conceito de beleza
Que a sociedade tem definido
Conceitos que desprezo
Que abjecto
Pois os conceitos
Ideias feitas
Pré-definidas
São uma forma
Não assumida
De exclusão
E eu não sou assim tão feio
E há quem me ache lindo
É por esses sentires
Que troco a volta
Às definições
Coloco tudo em causa
E até me acho
Não desengraçado
Mas até algo bonito
Porque a beleza
A verdadeira
Está nos sonhos
Na vontade indómita
De quem não se rende
Quem não se deixa
Pelos que não interessam abater
E eu não sou feio
Porque misturo
A mais pura realidade
Com os sonhos mais divinos
E gostem ou não gostem de mim
Esta
É a minha Forma de Ser…
Não, não sou tão feio…