Sou Tão Feio…

Diz-me o espelho das sombras

Quando olho para ele

Sou tão feio

Mas quem não o é

Quando em vez de pensar com a cabeça

Pensa com os pés…?

Sou tão feio…

Não tenho o hábito de me cuidar

Deixo a barba por fazer

E o cabelo crescer

Pois só costumo

Olhar

E reparar

Para a minha alma

Para a minha espiritualidade

Sem que o exterior…

Palavras ao vento

Que não ficarão marcadas para a eternidade…

E sou tão feio

Mesmo quando me arranjo

Para no mundo melhor me integrar

Não serei mesmo assim

Mas esta é forma

Com que me costumo observar

E ligo pouco

Ao que as pessoas possam pensar

Consegui uma paz

De muitas vidas

E não a vou desperdiçar

Sendo perfeitamente subjectivo

O conceito de beleza

Que a sociedade tem definido

Conceitos que desprezo

Que abjecto

Pois os conceitos

Ideias feitas

Pré-definidas

São uma forma

Não assumida

De exclusão

E eu não sou assim tão feio

E há quem me ache lindo

É por esses sentires

Que troco a volta

Às definições

Coloco tudo em causa

E até me acho

Não desengraçado

Mas até algo bonito

Porque a beleza

A verdadeira

Está nos sonhos

Na vontade indómita

De quem não se rende

Quem não se deixa

Pelos que não interessam abater

E eu não sou feio

Porque misturo

A mais pura realidade

Com os sonhos mais divinos

E gostem ou não gostem de mim

Esta

É a minha Forma de Ser…

Não, não sou tão feio…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/02/2010
Código do texto: T2075907
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