A MORTE DO INDIGENTE

Espalhado ao chão quase aos pedaços,

coberto num lençol de notícias doado pelos miseráveis,

o corpo de um "qualquer" ceifado no frio asfalto,

jaz indiferente ao viver memorável.

Passos e sapatos pisoteiam-no ao redor,

inundando-o de sons incomensuráveis,

carros mastigando o asfalto,

alheios ao que jaz, inabalável.

Fim sem testemunhas,

do corpo que há pouco andava a esmo

sem rumo, sem olhares, sem piedade.

Se perde sem choro, sem saudades...

Mais um ser dispensável.

aliah
Enviado por aliah em 04/02/2010
Código do texto: T2068759
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