A MORTE DO INDIGENTE
Espalhado ao chão quase aos pedaços,
coberto num lençol de notícias doado pelos miseráveis,
o corpo de um "qualquer" ceifado no frio asfalto,
jaz indiferente ao viver memorável.
Passos e sapatos pisoteiam-no ao redor,
inundando-o de sons incomensuráveis,
carros mastigando o asfalto,
alheios ao que jaz, inabalável.
Fim sem testemunhas,
do corpo que há pouco andava a esmo
sem rumo, sem olhares, sem piedade.
Se perde sem choro, sem saudades...
Mais um ser dispensável.