Senzala

SENZALA

As estruturas que compõem espaços

São retalhos do passado,

Batem ritmicamente

Como o pulsar dos corações

|Que transfiguram as lembranças

remotas, na preteritude das coisas|

Das paredes sem reboco,

Sem proteção,

Salta na memória a senzala de flagelo

A aprisionar o pobre infante desordenado

|Aquele que, de tão triste, aflito,

lastimoso, vê na velha prisão, a fuga,

a coragem, o martírio

frente ao pouco escrúpulo

do opressor|

Com os gritos, os olhos, os rostos

A fundirem-se na velha armação material,

Aqueles que ali habitaram

Parecem despir-se

|Manifestando o quão grande é o

seu abandono, sua estratificação

despercebida e ignorada|

São eles o elemento

Sedimentante da história

Os que guiam as idéias

Da multidão que olha pra trás.

Ronaldo Maia
Enviado por Ronaldo Maia em 03/02/2010
Código do texto: T2067788
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.