TEATRO TERRESTRE

Pobreza que canta de dor

Cria da nobreza ausente de amor

Soluços inaudíveis

Inaudíveis soluços barulhentos

Palavras que cortam como ventos

Saudações da saudável platéia

Que finge não ver nada

E mantém a boca calada

Quando se trata da perda alheia

A coragem que chora na chuva

O frio bruto que sai sem luvas

Gentilezas inexistentes

Inexistentes gentilezas imaginárias

A voz da fome falando como várias

Vaias da vivida platéia

Que finge não estar presente

E mantém-se em estado demente

Quando se trata da lágrima alheia

Sangue e substância

Santa ignorância

A fé fazendo o revertimento

De volta à infância

No paraíso das almas nobres

Dos pobres ricos

Dos ricos pobres

Da platéia que aplaude e vibra

Que sorri e participa

Que engana o mau e faz o bem

Mesmo que não seja para a própria vida

Alex Steinhorst
Enviado por Alex Steinhorst em 01/08/2006
Código do texto: T206438