Le Parkour e os Quadrados
(A todos os que enxergam além dos quadrados)
Sou um jovem ocidental, mais um deles
Mais um jovem urbano, branco e contemporâneo
Mais um candidato ao jogo de quadrados
Mais um assinante de um contrato quadrado
Faço Le Parkour
vejo quadrados em toda parte
Não é efeito de psicodélicos
Não sou classicista nem cubista
Meus óculos redondos me mostram...
Casas quadradas, carros quadrados, roupas quadradas,
Escolas quadradas, cadernos quadrados, lousas quadradas
Camas quadradas, janelas quadradas, calçadas quadradas
Revistas quadradas, TVs quadradas, cartilhas quadradas
Mentes quadradas, gentes quadradas, túmulos quadrados
Tudo quadrado e ENquadrado
Tudo quadradinho e ENquadradinho
Quero correr
Fazer Le Parkour
Sobre os edifícios do Sistema
Social, econômico e mental
Perdoe-me meu pai
Não quero herdar tuas algemas
Nem agradar-te
Nadando no lodo nadaste
Com as algemas que herdaste
Do teu pai...
Deixe-me fazer Le Parkour
Por cima de prédios
De igrejas, prédios, presídios
Sejam eles de concreto
Ou de idéias...
Deixe-me fazer Le Parkour
Deixe-me sair dos quadrados
Pular por cima deles
Deixe-me SER Le Parkour...