Sem rima

Assisti atento, um verso escorrendo pelo chão,

Como dor afogando-se, num lamento, em vão.

Vislumbrei uma fagulha imensa, no céu escuro,

uma cascata, um rio intenso, enchente no coração!

Águas e letras misturadas,

sôfregas almas, em pranto,

poesias trágicas, inundadas,

no concreto, no manto...

Haverá arte, em morrer soterrado?

Poesia que descreva a dor?

Sou um poeta inundado,

no pranto, no fulgor...

A dor do povo esquecido,

do pobre, do condenado...

É a mesma dor do rico,

é o sino do vitimado!

Assim me vem a avalanche,

a enchente suja do rio,

assim me vai o instante

a chuva levou a rima,

dos morros do Brasil!

Mando Mago Poeta 21:03 28/1/2010

Mando Mago Poeta
Enviado por Mando Mago Poeta em 29/01/2010
Reeditado em 02/02/2010
Código do texto: T2057169
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