Velho Vale
Estrada de poeira e de miséria
Desgraça animalesca
Não foram criadas pelo cineasta
Com certeza!
Mas as lágrimas de tais brutais
na tela, valem mais milhões de reais
Estão lá no Vale, esse não é de sonhos
Vale do Jequitinhonha
Pura Realidade
A “eles” maltratados pela vida
Meninos e Meninas sem nome
Sem dignidade, história, memória
Se tornando animais homens
A morte por alívio, a quem tem fé e esperança
Morrendo com carcaças fedendo
Doutor qual foi essa doença?
Doutor não conheço,
mas a doença chama-se tristeza
Animal brusco com olhar de quem
conhece bem o que é maldade
Pela fome, pela dor
Quanta beleza tem o jantar
de etiqueta, onde as damas saboreiam...
Quanta delicadeza!
Para ajudar os animais com
moedas fugaz
No coito a esperança de sentir-se com vida
No nascituro, lágrimas secas
Meu Santo Senhor do Bom Menino
cuide de meus filhinhos...
o pequeno, o do meio e o mais veinho!