REDUTO
O cerco se fecha, inflexível
Impassível e impenetrável
Em seu interior, sem saída
Estamos todos inacabados
Ao toque severo irredutível
De um apito imaginável
Nos trancamos em nossa vida
A espera de atos ousados
Cuja autoria é imprevisível
Ainda que o mal seja palpável
E que a insurgência é devida
Aos que há muito foram tombados.
Esperar, como, se é presumível
Que a cavalaria é inevitável
E que a ordem será mantida
Até que o poder seja confiscado.
Se eles tudo podem, é intransponível
O reduto ameaçador; mas idealizável
O momento da partida
Quando unidos lhes tiraremos os armados.
Então, quando soubermos realizável
O sonho insurgente mais incrível
Estaremos prontos, na medida
Do clamor ardente de nossos estados.