Pátria amada

Quem és tu, o pátria amada

Tão querida e idolatrada

Terra de tantos encantos e cores?

Quem és tu, ó Brasil

De tantas belezas e glórias mil

Mas também de tantas angústias e dissabores?

Em que barraco humilde tu escondes

Em que casebre pobre sem horizontes

Habitas tu, ó pátria das multidões?

És tu o velho esquecido e desprezado

És o pobre da sarjeta ou o menor abandonado

Entre tantos outros personagens das exclusões?

Onde se esconde a tua verdade

Onde está o teu grito de liberdade

Que outrora anunciou o porvir?

Onde está o sol da justiça e da esperança

Para fazer uma nova e eterna aliança

Entre o céu e a terra surgir?

Por que esqueces de teus filhos guerreiros

Que por orgulho de serem brasileiros

Lutaram e nem temeram a própria morte?

Por que não acolhes os que não tem nome

Por que não dás o alimento a quem tem fome

Por que não amparas os que nunca tiveram sorte?

Onde estão os teus índios, que foram massacrados

Que, pela disputa por poder, muitos foram assassinados

E que hoje vivem sem ter direito e sem ter razão?

Por que esquece dos negros e de seus valores

Que num passado de sangue e de dores

Foram por ti acorrentados na escravidão?

Que país é este onde ainda há tanta injustiça

Onde há muita violência, ódio e cobiça

Que país é este onde há muitas desigualdades?

Que pais é este onde muitos clamam em vão

Que padecem e imploram por proteção

Onde muitos vivem na marginalidade?

Até quando será descumprida a Constituição

Até quando haverá injustiça e corrupção

Até quando, se de todos és a mãe gentil?

Até quando a miséria será uma realidade tua

Até quando haverá mendigos e meninos de rua

Até quando, se de todos és a pátria amada Brasil?

Wesley de Carvalho
Enviado por Wesley de Carvalho em 11/01/2010
Reeditado em 11/11/2010
Código do texto: T2023696
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