Trágicas Infâncias

Ainda são crianças,

Mas são abandonadas em viadutos e esquinas

Desprezadas e sem ter de ninguém a proteção

Entregues as incertezas e a própria sina

Aprendendo as mais duras lições na escola da vida

Vivendo num mundo de solidão.

Ainda são crianças,

Mas são mau-tratadas e espancadas

Agredidas sem nenhuma piedade

Torturadas por adultos inconsequentes

Vítimas de barbáries e de outras crueldades.

Ainda são crianças,

Mas são obrigadas a trabalhar nas carvoarias

Nos canaviais, pedreiras, semáforos, nos lares

Acorrentadas em grilhões em tantos outros lugares

Vivendo em condições desumanas todos os dias.

Que sonhos tem a criança de corpo mutilado,

Que diante de tanta exploração,

Deixou de ter esperanças e de criar fantasias?

Ainda são crianças,

Mas são desejadas por mentes perversas

Em suas inocências violadas

Em diversas situações e ocasiões abusadas

Aos mais sádicos interesses submetidas

Violentadas e exploradas covardemente

Obrigadas a permanecerem em silêncio

Estando abertas as chagas e as feridas

Que amanhã estaremos reservando as nossas crianças?

Wesley de Carvalho
Enviado por Wesley de Carvalho em 08/01/2010
Reeditado em 11/11/2010
Código do texto: T2017670
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