Mercados, escravas e globalização

Num antigo Almanaque:

eis o Mercado,

velho gato pardo ...

Nada lhe atrofia.

Segue forte

em busca de contínuos aportes

e de noivas com belos dotes

e de putas com bons decotes.

E, talvez, de uma Madame e seus fricotes.

De tudo tem:

oferta "Derivativos",

zumbis semi-vivos,

falcatruas de improvisos,

pobres recidivos

e falsos motivos.

E se ouve desaforos pejorativos,

escarnece dos ingênuos combativos.

E simula boas ações

para evitar novos sermões.

O fero Mercado

exige sacrifícios,

além de juros e edifícios

e outra cesta de malefícios.

À ânsia horrenda

do monstro da "Fazenda"

imola-se a virgem prenda.

E outras, enquanto isso

são tragadas pela "gang do Sumiço".

Em alguns olhos,

imagina-se que alguém se arrependa,

em outros, alguém que não entenda

e em raros, que a tragédia compreenda.

Difícieis tempos das novas escravas:

entre latinas, africanas e eslavas

há a sensação de que melhor se estava.

Mas o bicho ambição

as empurrou para todo colchão

e para o "cachê" que o Mercado,

atira-lhes ao chão.

Comércios da Globalização ...