VIDAS ESGOTADAS
Vejo entre tantos olhares,
Meu olhar perder-se sem sentido.
Tantas almas jogadas às margens de suas vidas,
Tantas vidas esgotadas sem nenhum resquício de alma.
Ouço passos nas calçadas
Que caminham sem direção,
Direcionados ao condicionamento de seguir em frente,
Sem deixar marcas, sem ter como voltar...
Às vezes, esquecendo do porquê de caminhar!
Vejo garotos nas sinaleiras,
Jogando sua juventude e infância nos esgotos dessa cidade,
Morta por não saber viver.
Ignorando o que a própria razão tenta, sem êxito, fazer ver!
Vejo lagrimas que choram escondidas,
Nos camuflados sorrisos,
Que louvam a um Deus
Que perdeu a fé na humanidade
- Na tentativa vã de sensibilizar corações
Endurecidos pela falta de amor.
As mãos estendidas pedem atenção
Dos olhos que passam com pressa.
Compreende em seu intimo
Que não é nada...
Além de uma mão estendida – em meio a essa massa!!!
Osvaldo Rocha