Malabares
Semáfaros nas ruas, reluzentes
De forma automática regulam a circulação
É aí que crianças inocentes
Tal qual num Coliseu demonstram sua criação.
Criação? Ou descaso social?
Num contexto de falta de opção
Ser malabares, ou passar fome
Pobres crianças!
Sem esperança, sem nome
E nós, indiferentes
Quase não notamos de forma humana
Suas frágeis presenças
"São uns exibidos" esses miseráveis
Não percebem o meu carro novo?
Se os atropelar, pode sobrar pra mim
Sinto raiva dessa gente tola
Melhor não esistirem na sociedade
Deveriam estar era numa escola
Mas, os desgraçados, apenas querem pedir esmola
Sai da rua, não me amola!
Nada disso é novo
É a velha Roma:
Césares, senadores, homens livres...
Escravos, e os atuais meninos gladiadores!