Malabares

Semáfaros nas ruas, reluzentes

De forma automática regulam a circulação

É aí que crianças inocentes

Tal qual num Coliseu demonstram sua criação.

Criação? Ou descaso social?

Num contexto de falta de opção

Ser malabares, ou passar fome

Pobres crianças!

Sem esperança, sem nome

E nós, indiferentes

Quase não notamos de forma humana

Suas frágeis presenças

"São uns exibidos" esses miseráveis

Não percebem o meu carro novo?

Se os atropelar, pode sobrar pra mim

Sinto raiva dessa gente tola

Melhor não esistirem na sociedade

Deveriam estar era numa escola

Mas, os desgraçados, apenas querem pedir esmola

Sai da rua, não me amola!

Nada disso é novo

É a velha Roma:

Césares, senadores, homens livres...

Escravos, e os atuais meninos gladiadores!

abelha
Enviado por abelha em 26/12/2009
Código do texto: T1996209