Adeus Rio

A cidade do Rio

está descendo a ladeira.

Sair à noite é uma roleta

mais russa que a própria Rússia.

Amores trocados por assaltos em qualquer local;

Brigadeiro, Marechal ou Desembargador,

não importa a patente do logradouro,

até Presidente é o mesmo grito de dor.

Bandido agora só mata

com tiro na cabeça,

certeiro serviço perfeito,

ninguém pra contar a história.

Rio sem Glória, Maria sem Graça,

pouco mais resta a fazer.

Meu filho vá embora,

minha filha, por favor, vá embora.

O último a sair apague a luz,

quem ficar, ficará no escuro.

Escura esperança, triste lembrança

dos claros dias de infância.

rub levy
Enviado por rub levy em 25/12/2009
Reeditado em 22/03/2014
Código do texto: T1994990
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