NATAL NO MORRO
Uma luz de vela, acesa,
ilumina uma face negra e suada.
Migalhas sobre uma mesa
e mais uma toalha ensopada.
Aos pés de uma santa de barro,
Outra Santa, rezando, pedia.
Barulho da água de um jarro,
que preenche a branca bacia.
Com os olhos bem fechados,
suplicava o seu presente:
“Saúde ao recém chegado”.
Um pedido comovente!
Lá fora a, prateada, lua,
esperava foguetes mil.
No barraco, a mulher nua,
fazia forças que não se viu.
Um grito de socorro
e um choro de menino.
Alegria explode no morro.
Na capela bate um sino.
Festa por todos os cantos,
comemorando o banal.
Presentes, muitos encantos.
Papai Noel e o Natal.
Mas foi naquele barraco escuro,
onde mal se via a luz,
que Deus, provando ser puro.
Outra vez enviou JESUS.
Ernesto Braga
08/12/2009.