Meus
Negros, mulatos, caboclos
Todos eu
Todos irmãos meus
Negros, mulatos, caboclos
Expropriados do campo
Da estância, da colônia
maldito povo
branco crê em um Deus
branco - não ama os seus
deixa os meus
perdas
caos exótico e urbano
Não há o que comer
Não há onde plantar
maldita pátria
expatria o seu melhor
inspira em branco gelo
azul tristesa
vermelho tirânico
maldito povo branco plutocrático
queima e cobre o vale
do meu sertão - com argamassa
voltaremos a terra
repousaremos nosso espírito nas
sobras de matas entre planíces
verdes e mortíferas
Pachorrentos junto aos nossos
se brancos lastimam nosso
corpo...
não hão de dominar nossos espíritos