A Farsa de Noel

Dormiu a pobre criança

Alimentando uma esperança:

Papai Noel virá.

Pensava Inocentemente:

Com ele um lindo presente

para mim certamente trará.

Acordou em mais um dia de Natal

E notou que tudo estava igual,

Como em outros Natais.

Na rua, logo que foi saindo,

As crianças vinham exibindo,

Seus presentes magistrais.

Papai Noel havia passado

E na sua casa não tinha entrado,

Não acertava seu endereço.

Pensou: eu não escrevi direito!

Fez e o enviou um texto perfeito

E contou com o seu apreço.

Escreveu-lhe: eu moro na favela,

Minha casinha, papai Noel, é aquela,

De paredes esburacadas.

A que é de folhas de latas coberta.

Fica naquela rua que tem uma vala aberta

E uns postes com as lâmpadas quebradas.

Sei que o senhor jamais vai errar,

Ao ler meu endereço vai agendar,

Para que no próximo Natal

Venha me trazer um lindo presente,

Para alegrar o meu triste ambiente

De viver tão desigual.

Mais uma vez ficou esperando,

O Natal veio, viu as crianças brincando,

Em sua casa Noel não chegou.

Aquela criança bastante desiludida,

Com a sua pobre alma confundida,

Em Noel nunca mais acreditou.

De papai Noel, a quem sempre esperou,

Com o passar dos anos a criança pensou:

Como poderia ele ser fiel!

Se apenas é um fruto de mera fantasia

Que alguém louco inventou um dia!

Jamais existiu papai Noel.

(Sebastião Barros)

12/12/2009

Sebastião Barros
Enviado por Sebastião Barros em 12/12/2009
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T1974649
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