MENINO ABANDONADO
MENINO ABANDONADO
Menino, raquítico, roto,
Faminto de triste olhar,
Examina as coloridas vitrines,
Desejo ardente de um brinquedo ganhar.
Menino maltrapilho sem casa, sem lar
Perde-se na multidão,
Almeja o sorriso de um pai,
O calor único de uma mãe.
Moleque, criança, um anjo,
Campeando nas ruas o mísero pão,
Ponto cinzento na selva de pedra,
Menino vadio sem mais ilusão.
Sem ilusão de natal,
Sem a ilusão de um porvir,
Sem mesmo a mera ilusão,
De uma mão humana num aperto de mão.