Por quem choras?
Uma semente que insiste em vingar
Em meio à aridez,
Em fruto se transformar
Em um crescer talvez
De uma vida nordestina,
Vida e morte Severina,
De um ventre sofrido,
Impávido e desnutrido
Triste sina do povo do sertão
Ante o sol inclemente, fustigados
Ante o seco solo da caatinga, fatigados
Cansados de tanta promessa e desilusão.
Uma gente que sofre
Sem da vida, reclamar
Uma gente de estirpe
Que não tarda por esperar...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 2005,
Inspirado em “Crianças Mortas” do pintor brasileiro Cândido Portinari.