Humanidade
Num canto qualquer deste ou de outro "mundo",
a carne sangra em apelo e revolta.
Submissão refletida nos olhos medrosos
de quem quer, pelo menos, sobreviver.
Relances eternizados da crueldade
geminada em corações já mortos.
Uns olham e não veem.
Parecem pertencer a outro lugar.
São arrastados pelas frases feitas
e pela esfera do próprio umbigo.
Outros, na escuridão de suas almas,
ajoelham-se em sinal de luto e resignação.
Ou, simplesmente, morrem, para si mesmos,
e vivem, para se fazerem refletir no vidro,
como se fosse um cristal.
E entre a fronteira da loucura
e do heroísmo,
saltam, semana após semana,
contrariando as expectativas
de quem já achava a guerra ganha,
pequenas luzes que ressaltam VIDA:
seres anônimos, em sua maioria,
provendo dignidade nessa existência
desprovida.