Maturidade
Nos dias de queda aprendi,
Vivi batalhas e nelas me perdi;
Feriram-me olhares sem piedade,
E sem ajuda aprendi a fazê-la por mim.
Cresci aos olhos de quem não me viu.
Hoje fixam olhares baixos a procurar-me,
Inutilmente...
São poucos os que em meu horizonte avisto,
Quase nada, quase ninguém...
Compaixão, incerteza: não procuro por elas;
Cresci por meio do adubo de meus restos,
Adubo de vida,
Fui escasso, assim cultivei-me.
Encontro-me em todo canto,
Parte alguma me falta.
Vim da mesma terra,
Sou da mesma semente lançada,
E cresci de onde nada nasce,
Brotei de onde não cresce semente,
Sou fértil hoje a quem plantar-me.
Lição importante foi notar meus erros;
Hoje não erro; observo, meço-me.
Não sou o mesmo de meus segundos.
Sozinho lutei por mim, em mim;
Sozinho errei por mim, em mim;
Hoje não preciso mais crescer por ninguém:
Sou imutável para mim, sempre fui.