BRASIL PARA PRINCIPIANTES

Pés-de-pluma para os meus silêncios

não acordes o adormecido dragão

Um guarda-chuva aberto é mais

do que proteção contra o bruto

o fruto do abrupto, sido e temido

E prevejo neste comparsa, sarça,

valsa, entre a chuva turva e a luva

tempo e despedida, comove-me, “Love me!”

Povo: sal dos poros, loros que prendem

o salto, flete que empina, patina

rota batina, dias de sol ocre

entrechoques nas convenções do não

Ladino: escarva raiva, o duro, o puro

e ausente/mente, promete o fôlego

gato e rato – “soft” jogo do poder.

– Do livro O SÓTÃO DO MISTÉRIO. Porto Alegre: Sul-Americana, 1992, p.101.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1954668