Vou voltar...

Vou vortá pro sertão

pra minha grota de serra

onde canta o bem-ti-vi...

Lá o bom cabrito berra,

lá onde a mãe natureza

tem o cheirinho de terra!

Vou vortá que não guento

mais vivê nesse lugá;

Cá não se respeita ninguem

cada quá com seu cada quá

é um indo outro vortando

e sem se cumprimentá.

Pode cair um na rua

ninguém dá fé, nem acode

a gente morre de fome...

ah isso aqui, isso pode

se o cabra num se cuidá

morre de fome, se fode!

Eu não entendo essa gente!

foi ladrão tem serventia

uma ruma de adevogado

para lhe dar alforria

e lhe tirá da cadeia

com toda benfeitoria

Aqui não vorto não.

Depois que sair daqui

vou prum ranchinho de taipa

armá a rede e sentir

que alegria no mundo

é a esperança de partir.

Edilberto Abrantes
Enviado por Edilberto Abrantes em 29/11/2009
Reeditado em 31/05/2018
Código do texto: T1950666
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