COMO AVES SEM RUMO

À guisa de aves errantes

buscando o infinito, também nós,

quiméricos racionais caminhantes

vamos ao lado de outros, mas a sós

O trajeto é longo, melancólico,

estrada que nunca leva a nada

vislumbre enigmático, bucólico,

e as mentes seguem arrasadas

Aqui e ali alguns sorrisos

há quem dê sonoras gargalhadas

todos sonham com paraísos

mas só vemos manhãs desprezadas

São tantos os que caem andando

embora amados, ficam no caminho,

os demais devem seguir caminhando

semeando sonhos, pensando carinho

Quem sabe por que cá estamos?

Todos buscamos a grande verdade

será que um dia a encontramos?

Qual seja ela senão a realidade?

Assim, lá vamos nós desnorteados

a lembrar aves voando sem rumo

carne e sangue vãos, desencontrados

multidão que jamais encontra o prumo

O futuro, sabemos, tem o mesmo tema

um epílogo que sempre é inesperado

ainda que da vida seja grande lema

para nós nunca é fato consumado

Mesmo sabendo o que adiante o espera

o ser humano insiste em sobreviver

e malgrado a velhice que o degenera

nessa jornada ninguém deseja morrer

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 29/11/2009
Código do texto: T1950171
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