Ainda (pelo dia da Consciência Negra)

Ainda, ao longe, ecoa

O alarido da senzala

Na solidão do tronco

No bramir do chicote

No corpo lanhado

A dor da cor.

Ainda, nos ares, o silvo

Navios negreiros

Singrando os mares

Nos porões do medo

O tinir das correntes

A dor da cor.

Ainda, nas praças, expira

A alma em chagas

Arrebatada à Pátria Amada

Nas noites escuras

O terror dos quilombos

A dor da cor.

Ainda, através dos dias

A saga da raça

Se perpetua...

nos corações empedernidos

e ainda Negros do Branco.

MARINA ALVES
Enviado por MARINA ALVES em 22/11/2009
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