Ainda (pelo dia da Consciência Negra)
Ainda, ao longe, ecoa
O alarido da senzala
Na solidão do tronco
No bramir do chicote
No corpo lanhado
A dor da cor.
Ainda, nos ares, o silvo
Navios negreiros
Singrando os mares
Nos porões do medo
O tinir das correntes
A dor da cor.
Ainda, nas praças, expira
A alma em chagas
Arrebatada à Pátria Amada
Nas noites escuras
O terror dos quilombos
A dor da cor.
Ainda, através dos dias
A saga da raça
Se perpetua...
nos corações empedernidos
e ainda Negros do Branco.