Alma do malandro
Que nas flores plantou semente,
nascido do vento cortante,
plácido e brilhante
corrompendo a carne e a mente.
Que nos autos criminais,
supriu-se de dor e lamento,
cuspiu fora seus ais,
sofreu por apenas um momento.
Que nas labaredas quentes,
morreu em meio aos gritos,
nasceu entre indigentes,
pútrido sentimento dos aflitos!
Que nas letras vomitou verdades,
que nas avenidas sangrou os pés,
sambando entre as adversidades,
fingindo ter os dois pés...
Que nas esquinas vendeu seu corpo,
que nas roças comeu capim,
nas boates bebeu veneno, porco!
babou sangue até o fim...
vespera de finados...
morre o homem sem verdades,
em meio ao samba, dançou...!
e renasceu para o infinito,
batendo tambor das almas,
perambulando nas cidades.
Mando Mago Poeta 20:25 21/11/2009