Zé Romeu e Julieta das Dores (poema)

Veja minhas mãos, toscas carnes de sol esquálidas.

Palmas de arranhar teu rosto pálido

E desfiar tuas meias, únicas,

Em movimentos rústicos,

Que uma vez foram afagos cálidos.

Sonhas sobras de sonhos lúdicos

Enquanto eu, transeunte do pânico

Amargo momentos náufragos.

E quando, enfim, invado teu corpo cândido

Inconseqüente em meu estágio empírico

Perpassando tuas umidades cúmplices,

Enlambuzo ávido teu útero

Que cresce esfregando o tanque úmido

A cada dia mais cheio de fraldas fétidas.

jair portela
Enviado por jair portela em 21/11/2009
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