Zé Romeu e Julieta das Dores (poema)
Veja minhas mãos, toscas carnes de sol esquálidas.
Palmas de arranhar teu rosto pálido
E desfiar tuas meias, únicas,
Em movimentos rústicos,
Que uma vez foram afagos cálidos.
Sonhas sobras de sonhos lúdicos
Enquanto eu, transeunte do pânico
Amargo momentos náufragos.
E quando, enfim, invado teu corpo cândido
Inconseqüente em meu estágio empírico
Perpassando tuas umidades cúmplices,
Enlambuzo ávido teu útero
Que cresce esfregando o tanque úmido
A cada dia mais cheio de fraldas fétidas.