Pensando
Às vezes, sozinho em meus pensamentos
Fico a imaginar por longos momentos
Como o mundo é assim tão cruel.
Quantos filhos desta Pátria por aí abandonados
Chutados, pisoteados, famintos e humilhados
Abrigados por folhas de papel.
Como é, meu Deus, que o Homem pode ser assim?
Brigando, matando, adulterando e, enfim,
Não se dar conta de que somos irmãos?
Não percebe que ao seu redor,
Tem a criança, o menor, sofrendo o pior
Sem ter direito a um mísero pão!
E a vida, ferida, esquecida, perdeu seu valor?
Onde a esperança, onde a bonança, onde o amor?
E o futuro que legaremos, que construiremos
Para os que aqui ficarão?
Será de paz, prosperidade, o que mais?
Será de perdão?
Não sei; o porvir saberá.