Petrolino

Veio do sertão nordestino

Valente desde menino

Nunca aprendeu a robá.

Nas mãos o registro da luta

Sempre viveu da labuta

Mas nunca deixou de rezá.

Na face o sorriso sincero

Marca de um homem sério

Que não deixou de sonhá.

Nas vestes sem vaidade

Chegando na grande cidade

Foi logo a procura de um lar.

Sem nenhum puto no bolso

A lágrima corre no rosto

O jeito é na rua morá.

Puxando uma velha carroça

Por Deus não há quem possa

Dessa vida não reclamá.

Seu Lino homem valente

Agora quase sem dentes

Decide a vida entregá.

Sem jeito olha da ponte

Só queria água da fonte

Que todos tem que comprá.

Por mais que seja marrudo

Cabra forte e troncudo

Seu Lino cansou de lutá...

DuValo
Enviado por DuValo em 18/11/2009
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