Agonia

Céu de fogo

Chão que arde

Em brasa

Pelo ar de chumbo

Cruza num adeus

A última asa.

Árvores minguadas

Feito tristes espectros

Apontam o infinito

Os galhos em prece

Uma gota d'água!

Um pingo de esperança

A terra perece.

Jaz inerte o rio

O leito ressequido

Se abre em feridas

Pela caatinga

Sucumbe o agreste

Ardendo em seca

Seus restos de vida.

MARINA ALVES
Enviado por MARINA ALVES em 17/11/2009
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