Agonia
Céu de fogo
Chão que arde
Em brasa
Pelo ar de chumbo
Cruza num adeus
A última asa.
Árvores minguadas
Feito tristes espectros
Apontam o infinito
Os galhos em prece
Uma gota d'água!
Um pingo de esperança
A terra perece.
Jaz inerte o rio
O leito ressequido
Se abre em feridas
Pela caatinga
Sucumbe o agreste
Ardendo em seca
Seus restos de vida.