À margem da vida...
Fugi da raia da sorte.
Peguei pelo braço da morte
E fui serpentear o destino.
Fui ver o sonho menino
Se fazer homem da ira
De ser da vida a mentira
Que a todos há tempos engana.
Fui fazer de arma a gana
Fundida dentro do peito
Como a veia que é trajeto
Do sangue que me condena
A nesse corpo cumprir pena
E ter que assistir minha sina
De ver em cada esquina
Um inimigo a ser fatal
Ser espreitado pelo mal
Que viu minha mãe dar à luz
E me entregou como cruz
Ser homem, sem ter sido criança,
Sem ter sentido na face, um beijo da esperança.