Aridez
Ivan Melo / Marvell Resende
Dias de sol, terra seca...
Secos os peitos de esperança.
A aridez transforma o coração dos homens,
A aridez transforma a face da Terra
Em recantos da mais paupérrima miséria
E a boa vontade míngua nos homens, com o rigor.
Chão gretado, água não tem, água não vem...
Resta só a água no olhar... A dor de não ver...
Os campos floridos, a terra molhada
À espera do que prometem os homens e deve a divindade...
O que se vê: corpos sujos, esquálidos...
Quanto devem ser sujas as consciências dos que prometem,
E quanto devem ser limpos os corações que esperam!
O sol que purifica é o mesmo que mata...
Às vezes não se entende a natureza de Deus,
Às vezes não se entende a desfaçatez nos homens,
Já que apenas homens na Terra somos
E alcançar seus enigmas, não conseguimos...