VERSOS CATÁRTICOS

Farejo o aborto de ideias:

Pensamentos que anseiam

Alcançar o estado de palavra;

Acabam tendo a garganta-vácua

Por cova, arquete, mortalha,

A sua única câmara mortuária!

Farejo vales de sangue

Inundando as esquinas da vida:

Ecoa pelo espaço

O agônico bramido de fera ferida

Em virtude de mais uma morte

Por bala perdida.

Farejo a cidadania

Vivendo á base de morfina e hemodiálise:

Cidadão de primeira classe

É fazer com que toda a nação

Consuma o oxigênio da mente

E das auspiciosas oportunidades á vontade.

Farejo a mão do arco-íris

Pousar sobre o meu ombro:

Apesar da fogueira de vilanias,

Preconceitos, impotências e hipocrisias,

A esperança bate-me no peito

De afro-latinoamericano ainda!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 12/11/2009
Código do texto: T1919147
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.