JOÃO SERVENTE.
João servente,
Escalando andaimes
Subindo ligeiro
A vida declinante,
Almejando ser pedreiro
Numa escala métrica,
De valores inconstantes
Numa ilusão tétrica
Que supera seus temores,
Seu cansaço, suas dores.
Nos pavimentos de ideais
Que João vai construindo,
Sobrepujando em número
Aos filhos que vai tendo,
João servente
Continua sendo
Servidor de dados
Para planilhas sociais,
Servindo de parâmetro
No jogo de resultados,
Que vão e vêm
Colocando em João
Um perfil que não tem.
João servente
Servindo a Humanidade
Egoísta e sem vulto
Servindo a sociedade
De forma prática
Seu Ser inculto
Como se fosse máquina
Como se fosse um produto.
(D’Eu)