DEIXEM O ÍNDIO VIVER
Como é possível
Que ainda hoje
Se continue a perseguir
Os poucos índios que restam
Como se não fossem
Seres humanos como nós
Às vezes
Apetece-me perguntar
Mas afinal
Que mundo civilizado e moderno
É este em que vivemos
Como é possível
Que ainda hoje
Se continue fazendo
O que os crápulas
Ditos civilizados
Do clero e nobreza europeia
Fizeram desde há quinhentos anos
Ocupando matando
Saqueando e escravizando
Tudo o que à frente lhes apareceu
Às vezes apetece-me
Apelar à luta
Mas nesta
Perante armas desiguais
Os índios sempre perderam
Pois só tinham arcos e flechas
Por isso só posso
E devo apenas
Apelar à paz
Deixem o índio viver
Saiam das suas terras
Onde há índio
Não há poluição
Respeita-se a natureza
É tudo verde e limpo
Índio não invade países
Vive onde nasceu
E onde desde sempre viveu
Deixem o índio em paz
Já é mais que tempo
De respeitar o índio
Deixem o índio viver
Com os seus costumes
Credos tradições e cultura
Índio não pode comprar
Nem vender a terra
Nem o rio nem o mar
Nem a floresta
Pois tudo é da natureza
E índio desta faz parte
Paremos de vez
Com o genocídio
Índio é um ser humano
Deixem o índio em paz
De uma vez por todas
Respeitem o índio
Deixem o índio viver