FILHO DE ZEBEDEU
Mosquitos em órbita
Da minha cabeça
Moscas pousam suaves
Em meus braços
Piolhos que trafegam
Sob o meu cabelo.
Apesar de querê-lo
Nem um abraço
Ninguém me conhece
Ou repara em mim
Barba gigante e indefinida
No peito, batendo lento
E sem compasso,
Um coração que eu disse
Um dia ser teu
Já sou filho de Zebedeu
Depois de tanto tropeço
O que eu nereço? O que eu mereço?
Só o abandono teu.
Barba gigante, pelos empestinhados,
Feridas, feridas e inflamações
Bebidas, bebidas e cigarro
Tosse, mais tosse e catarro.
_____________________________________________________________