O ASSEGURADO

Atrás de ganhar saúde,

num posto da Previdência,

Osiel, o assegurado,

morto caiu, fulminado

por uma pane cardíaca.

Osiel morreu na fila?

Isto o que deu no jornal.

Ele tombou, sim, de fato,

foi em vida, por maltrato,

à míngua, sem assistência.

Morrer, morre todo dia,

nos açougues da labuta,

muito Osiel, aos milhares,

uns “saudáveis”, e nos lares,

quer no campo ou nas cidades.

Morrer, morre, a cada hora,

inativos ou na ativa,

muito Osiel, às carradas,

as barrigas já zeradas,

pois de fome e só de fome.

Osiel morreu, à míngua,

mas fiel contribuinte

donde, sequer, não havia

a tal cardiologia,

quanto mais esparadrapo.

Osiel morreu na fila,

à busca de um esculápio,

certo de serem boatos

aqueles rombos dos ratos

da falida Previdência.

Fort., 23/10/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 23/10/2009
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