POEIRAS FRUSTRADAS
O chão está ferido de máquinas
Provindas do Ocidente ou do Oriente
Que criam cá um tsunami inconsciente
E devoram zungueiras nas esquinas
Lacrimejam passeios coloniais
Por debaixo dessa árvore podada
Por buracos na avenida do nada
Em cujos suores precipitados andais…
Nas folhas de acácias sepultadas
Onde o tempo refresca meu medo
Já não pousa o amarelo do sol ledo
Pois as bolhas desses olhos há atadas…
Pouco era o engarrafamento de horas
Para nele haver perfurações bruscas
Em meio a avenida frondosa de moscas
Que apressadas à colerizar iam a oras
Nos calcários incrivelmente derrubados
Dos solos que sustentam a nossa esperança
Se esqueceram de desenhar a crença
Para nesse coração jamais haver fardos…
Escrito em Luanda, aos 13 de Outubro de 2009.