Criança, GRANDE, abandonada!

Criança abandonada

Que vive de ilusão

Dorme e come na calçada

Faz do passeio o seu colchão

Vive a perambular

Solto e triste pela rua

Não acha quem o amparar

Na triste sorte sua

Pede sempre um trocado

Ao cidadão, a passar

Para comprar um bocado

E sua fome saciar

Do futuro não tem certeza

Só fala e ouve violência

Nesta linha de pobreza

Justiça social, por clemência!

Chuva, sol, solidão

É o seu dia a dia habitual

Com tanta discriminação

Onde está, ó proteção legal?

Um passado sem lembranças

De uma infância perdida

Futuro sem esperança

Por não achar guarida

Tem olhar relegado

Pela tal sociedade

Precisa ser resgatado

Prá acabar a piedade

De marginal é chamado

Ninguém o dá a mão

Se fosse um pouco amado

Não o taxaria de ladrão

Cai dos olhos uma lágrima

Olhar distante na dor

Sofre e sente a desgraça

Do desprezo e desamor

Hoje menino-criança

Não é data comemorada

Oremos prá que a infância

Possa, enfim, ser respeitada.

Tunin
Enviado por Tunin em 11/10/2009
Código do texto: T1859699