Estranhas aves
Ontem as aves às sombras dormiam
E ao amanhecer
Eram abutres as próprias carnes
Eu sei eram as mesmas aves
Mas, onde as cores ostentadas?
Onde os vôos triunfantes?
Eu sei eram as mesmas aves
Que famintas "retumbavam brados"
Buscando lugar ao sol
E o sol da justiça?
E o sol da liberdade?
Não raiou, não raiou.
Eram as mesmas aves
E fugiram à luta
Será que dormiram?
Não, propositalmente as esqueceram.
Roubaram-lhes
Os bosques, as flores e os amores.