Os Filhos do Sistema

Sabe moço, quando eu fui morar na rua

Minha vida não era assim como a sua,

Muitas vezes eu mal tinha o que comer.

Eu era apenas uma menina assustada

Que da vida não conhecia nada,

Mas que logo teve que crescer.

Virei “comerciante de farol”

Era noite e dia, chuva e sol,

Lá tava eu tentando me salvar.

Mas a vida tava cada dia mais difícil

Então conheci o que era o vício,

- a fome eu tinha que enganar!

E não demorou prá eu cair na vida

E de avenida em avenida

O meu vício poder manter.

Vivia como uma meretriz

Na esperança de ser feliz

E esse pesadelo esquecer.

Finalmente você me trouxe esperança

Até pensei que voltaria a ser criança

Mas tudo não passou de ilusão.

Prá você eu não sou é nada

Tudo não passou de uma jogada

Prá você ganhar a eleição.

Mas se vocês querem o meu fim

Eu prometo que vou sim,

E não trarei mais nenhum problema,

Mas só peço uma coisa por favor,

Vê se vocês começam a dar valor

Aos filhos de seu sistema.

Paulinho Sorrentino
Enviado por Paulinho Sorrentino em 30/09/2009
Reeditado em 25/05/2010
Código do texto: T1841051
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