A DINASTIA DAS PALMEIRAS DO BABAÇU


A região do Mearim e o Lago do Junco,
Fazem o grande Estado do Maranhão,
É um paraíso eterno de palmeiras,
Nascem palmeiras até na palma da mão.

As quebradeiras são organizadas,
Recebem apoio internacional,
Com associações e cooperativas,
A UNICEF é a mãe primordial.

São as mulheres combatentes,
Que produzem óleos e sabonetes,
Exportam para toda a Europa,
São as mulheres, as pioneiras.

Criaram a Lei do Babaçu Livre,
Se não fosse a guerreira Dadá,
O que seria de nós quebradeiras?

Agropecuária é atividade transitória,
Plantam capim braquiária,
Aqui nunca foi lugar de pastagens,
Derrubando as nossas palmeiras,
Até parece uma brincadeira.

Já partiram os guanás e acroás-gamelas,
Extinção do nosso povo indígena,
Restando os tenebrosos guajajaras,
Das margens do grande rio Mearim,
Atualmente ficaram as palmeiras,
Que os povos cruéis aspiram ao fim.

Não é lugar de grandes rebanhos,
Muito menos de plantação de soja.

Com a chegada do tal biodiesel,
Exterminam com as palmeiras,
Plantando mamona, soja e girassol,
Sugando tudo o que dá óleo vegetal.

O governo nem quer saber,
De aproveitar o coco babaçu,
Que tem óleo e serve pra tudo.

As terras das coletas do coco,
Serão devastadas em mares de mamona,
É a corrida grandiosa do biodiesel,

As siderúrgicas levam o coco inteiro,
Queimando com destreza nas caldeiras,

É o coco que me rende dinheiro,
Vou ficar sem quebrar o coco,
De que irei viver no amanhã?

O governo não me olha,
Não me assiste e nem dá guarida,
É igual à exploração dos franceses,
Dos holandeses e portugueses.
Quando chegaram ao Maranhão.

Grandes pecuaristas do sul,
Compram terras ao preço de banana,
Outros investem em mares de canaviais,
Na pobre terra dos maranhenses.




ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 28/06/2006
Reeditado em 12/10/2011
Código do texto: T184004
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