Atentado
Cai ao chão a cavilha
rola sedenta ao abismo
do nada
cega, surda, muda
rebenta a dor aguda
da granada.
Esmorecem violetas
em azul sangue
choram as aves
a morte do céu
que cobre a serra
e afaga a terra
em negro breu.
Só a cavilha parada
nos confins do tempo
sangra ainda em silêncio
a morte nada.