Segundo Ensejo da Criança
(Abandono)



Mas se moram nas ruas
Dormindo em calçadas
Sem teto,
Sem roupas,
Nuas,
Sozinhas, abandonadas,
Em drogas viciadas
Buscando o torpor
Para substituir o famigerado amor.
Roubando o pão que lhe foi negado
Direito seu, usurpado...
Por governantes inescrupulosos
Que se mostram bondosos
Mas tiram-lhes tudo...
Até o carinho!...
Tristes... Desesperançadas...
Almas revoltadas...
Sem escolas, sem profissão...
Sem banho... Pés no chão...
Sem saúde... Doentes...
Como pretender que sejam decentes?
E assim vão se formando os marginais
Na escola da miséria...
Do abandono...
Onde quem deveria ser o patrono
É o ladrão
Que põe a culpa no mordomo
Dando como solução
Presídios em edificação!

Ah! Meu Brasil amado!...
Você precisa de políticos ponderados!...
De homens sensíveis... Iluminados!...
Berçando sonhos jamais realizados!...
Acendendo a treva em corações
Tão machucados!