A BIQUEIRA

Pode ser dia de chuva

Ou dia de sol ardente

Lá na biqueira

Sempre tem gente

Para cima, para baixo

De um lado, ou de outro

Todos os dias

Se quiser, está exposto

Um mundo de iguais

Se pode pagar tanto faz

Se é negro, se é branco

Se tem dez ou tem sessenta

Se realmente quiser está a venda

“Afinal, o mundo é livre”

O que fazemos

Cada um por si decide

Pode ser dia de chuva

Ou dia de sol ardente

Lá na biqueira

Sempre tem gente

Não importa se é fim de semana

Não importa se é feriado

Apenas uma coisa

Faz o negócio ficar parado

É quando Joãozinho olheiro esperto

Avisa que a coral está por perto

Ai a correria é geral

Não é ela a tão famosa cobra venenosa

Mas algumas vezes pode ser letal

Passado o susto, a vida segue seu curso

E tudo volta ao normal

Consumidores ávidos

Por fazer fumaça, ou fazer carreira

Mesmo desconfiados voltam à biqueira

Biqueira que não verte água

Mas às vezes sangue

Que não mata sede, e sim pessoas

Um dia deixará de existir?

De todas as incertezas, algo é certo

Pode ser dia de chuva

Pode ser dia de sol

Entre vícios, e virtudes

Seguimos nós

O caminho do bem, ou o caminho do mal

Néscius Lourenço
Enviado por Néscius Lourenço em 16/09/2009
Código do texto: T1813750