SOB A SOMBRA DA NOVA REALIDADE
Se cada geração
Tem o poder de mudar o mundo
Como diria o velho contador de histórias irlandês
Porque preferem estar em casa
Encerrar-se na tecnologia
E mudar as coisas pela teve?
Fechados nos seus mundos
Pelos quais viajam
Carregando em teclas
Fugindo da verdadeira realidade
Preferindo o virtual
À antiga e actual verdade?
Deixando que os senhores de sempre
Os comandem
Ordenem e ordenhem
Este público
Perigo potencial
Sabiamente domesticado
Pelo tal mundo virtual
E por isso pergunto:
O que é feito das revoluções
Das cantigas de rua
Dos panfletos
Da vontade de tudo mudar
Nos verdes anos
Que parece que se dissiparam no ar?
Jovens que nascem velhos
Velhos que morrem jovens
Porque estes sim
Souberem abraçar um ideal
Seguindo as palavras
De velhos mitos
Que morreram de armas e com a verdade nas mãos
Preferindo uma realidade oprimida
Contra a qual há que lutar
Do que a suprema alienação
Sendo que agora
Se calhar mais do que nunca
É preciso a força de uma revolução
É necessário levar para as ruas
Uma multidão
Pois o mundo não se muda fechado em casa
Por muitos recursos tecnológicos que lá se possam ter
As coisas mudam nas ruas
E eu prefiro a velha luta
Tentar até à última batalha
No último dia de guerra
Prefiro a velha lucidez
E mesmo derrotado
Prefiro com ela morrer
Prefiro "morrer de pé
Do que viver agachado"*
Debaixo da sombra
Do poder
Pois esta
É parte da razão
Da convicção
Do motivo
Da minha Forma de Ser!
*Che Guevara