POEMA POBRE
POEMA POBRE
Sei que a vida é bela
Mas penso em como seria
Se ao invés de assentar o tijolo
Eu fosse o dono da olaria
Andar de carro importado
Sem pegar busão todo dia
Sem sentir o cheiro d’azedo
Da velha marmita fria
Dinheiro não traz felicidade
Eu sei diz o refrão
Mas nunca vi nenhum milionário
Querendo ficar pobretão
Morrer a mingua na fila
De um sistema de saúde precário
Ser pobre e dizer que gosta
Só mesmo sendo um otário
Quem me dera ser burguesia
Dominante, e não dominado
Não passar o resto da vida
Apenas contando trocados
Aos sessenta e cinco aposenta
Aos setenta já pode morrer
Se um rico não entra no céu
Um pobre é que não pode ser