Cotidianidade

É rosa e azul

Verde e amarelo

Muito fácil seria

Se fosse anil e celeste

Ou se fosse escarlate e carmim

É no abstrato que se revê

Os concretos

No abstrato do concreto

Presente no qual

Uma massa incandescente

Se forma no que já é

E um concreto

Não aceitante de um abstrato

Que se verá apenas concreto

E fuginte do ser presente

Em vulcão tudo explode

Implodindo cotidiano

Coisas que se esperam

E não se evitam

Que se fundem e não se questionam

Ou que questionem

E não se monte peça

nesse belo quebra-cabeça

Se obedece a “a”

Se manda em “b”

Amanhã se obedece a “b”

E se manda em “a”

É...

Na aurora se vê

O crepúsculo

E o crepúsculo possibilita

Uma nova aurora

Ocorre que no soar do gongo

A ultima gota de lágrima de morte

É quem possibilita

a primeira gota de lágrima de vida

Vida vivida

Depois morrida

Do mesmo modo de elenco novo

Enredo tosco

Repetindo o que não é novo

E enfim acrescentando

Ao velho novo

Um novo talvez novo

Danielle Rodrigues Guimarães
Enviado por Danielle Rodrigues Guimarães em 06/09/2009
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T1795186
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