RETRATOS DA VIDA

RETRATOS DA VIDA

Correr tanto pra quê?

Se quem anda, sempre alcança.

Vê-se idosos abandonados,

Se vê chacinas de crianças.

Por mais triste que a vida seja

Sempre há uma esperança.

Com muito esforço, o homem,

O que deseja, com o trabalho consegue

Mas aquele que adquire muito

É o que mais o vandalismo persegue

Como fruto das injustiças sociais

De um mundo em que o poder prevalece.

Num país onde a mortandade impera

As casas vivem rodeadas de grades

Para defender-nos das guerras,

Mas não do álcool, maconha e craque,

Que juntamente com a AIDS

Levam milhões que da vida se afastem.

Vivendo de tristezas e alegrias,

É esse o cotidiano nosso

Vivem-se rodeados de guerrilhas

Vivo-me do jeito que posso

Para que o mundo não desabe,

Para que não restem só destroços.

À sua direita, um morre de fome;

À sua esquerda, um se suicida;

Atrás de você, vem correndo,

Um desesperado pela vida;

E em sua frente, só há Deus:

O ÚNICO, O ETERNO e A VIDA.

Sempre ocorre nesta vida

Pessoas com vidas sacrificadas

Enquanto uns lutam pela cura,

Outros tornam doenças proliferadas

Em pesos, em igualdade,

Resultam em tudo, ou em nada?

Jamais se deve desprezar,

Pessoas com vidas em apuro.

Não se deve ficar

Cada um de um lado do muro.

Pois só de mãos dadas venceremos,

Nestes momentos obscuros.

Vagando entre duplo fenômeno

A humanidade segue a trilhar

Temos a fraqueza que nos consome

E a força que nos faz andar.

O Sol, que à tarde some,

E a Lua, à noite, a brilhar.

O dia é uma luz radiante

A noite, uma escuridão radical

Um, nos faz andantes

Da vida material.

O outro, um bom descanso

Para o corpo e o espiritual.

Está o homem, no mundo,

Lutando entre a vida e a morte

Fazendo de si, contudo,

Uma pessoa com ou sem sorte

Cruzando o país e o mundo

De Leste a Oeste, de Sul a Norte.

Doença e saúde, lado a lado,

Deixam curados ou desenganados.

Pela continuidade ou fim elas vão

Dia e noite misturadas

Tentando deixar as pessoas

Totalmente controladas.

Outra coisa pra se pensar

É sobre a PAZ MUNDIAL

Superpotências, de mãos dadas,

Dizendo por, na Guerra, um ponto final,

Mas constroem mísseis e metralhadoras

E até bomba atômica infernal.

As sofredoras mães,

Só muitas, pra gerarem mil.

O homem, em um só segundo,

Faz desaparecer mais de mil

Em suas guerras sangrentas

Com armas que ele construiu.

Surgiram neste mundo, pessoas

Como EINSTEIN, PITÁGORAS e PLATÃO,

ARISTÓTELES e MÃE DINAH,

GONZAGA, rei do baião;

NOSTRADAMUS, o maior vidente

Deste mundo de ilusões.

Creio que a humanidade

Deveria a sua Terra amar

Não prejudicar o próximo

E aos fracos gratificar

Deixando um caminho justo

Para o homem do futuro trilhar.

Pensando em desigualdades

Não é preciso ir tão longe

Uns fogem da realidade

Enquanto tantos passam fome

Esquecendo que a caridade

Sempre edifica o homem.

O mundo está repleto

De avançadíssimas tecnologias

Mas destroem tudo ao seu lado

Acabando com suas alegrias

Destruindo em segundos

O que fizeram em anos, ou em dias.

O homem, por ser racional

Não deveria tanto o mundo abalar

Destruindo a natureza

Certamente nada deixará,

Pois assim seus descendentes

Um mundo destruído hão de encontrar.

Com tanto individualismo

Fica fácil de si imaginar

Que pelas mãos humanas

O mundo jamais se erguerá

Pois, mesmo sendo inteligente,

No próximo parou de pensar.

Sabemos que na cabeça humana

Prevalece a força e o poder

Que só poderá subir na vida

Fazendo o outro padecer

Esquecendo que todos nós

Temos iguais direitos de viver.

Assim como o materialismo

Nega a existência do espírito

E o individualismo

Discorda com a fraternidade

O homem tenta dirigir o mundo

Para o caos da eternidade.

O que nos parece impossível

O homem inventa e constrói;

O computador, com leitura legível;

A motosserra, que a mata destrói;

A televisão, com reportagens horríveis

Que a mente das pessoas corrói.

Sendo o Sol, fonte de luz;

E a água, fonte de vida.

Sendo o fogo, chama ardente;

E a natureza tanto ofendida

O que o homem espera da Terra,

Que por ele não é querida?

O mundo é variável:

Uns devastam, outros plantam;

Uns envenenam-se, outros curam;

Uns caem, outros se levantam.

E com isso, nossas ações

Assustam mais do que encantam.

A nossa Terra é

O mais belo dos planetas

Mesmo com sua divindade

Há poucos que a agradeça

Mas causam danos que fazem

Com que o povo empobreça.

A planta se une ao solo

O rio se une ao mar

As aves voam no céu

Fazendo o homem se indagar:

- Nada disso eu posso fazer

mas o que destruo, jamais voltará.

Das profundezas ao ozônio

Do deserto aos Oceanos

Dos rios às matas

Vão ficando desenganos

De um paraíso perdido

Devastado por humanos.

A gota se satisfaz nos oceanos,

É pequena, mas tem realeza.

O leão é o rei da selva,

Mas não mostra a sua grandeza.

O homem, que é tão pequeno,

Quer ser maior que a natureza.

Foi pensando em quase tudo

Que esses versos compus

Esperando que nosso Deus

À justiça nos conduz

Para melhor, só mudará

Com a vinda de JESUS.

GILVANIO CORREIA DE OLIVEIRA

itanhemninja@hotmail.com

Fazenda Quatro Irmãos

ITANHÉM-BA, 30/11/1996